Você já sentiu que não é boa o suficiente? Ou que precisa da aprovação dos outros para se sentir valorizada? Talvez tenha medo de ser deixada de lado em um relacionamento? Esses sentimentos estão mais conectados do que parece e podem impactar profundamente sua vida. Vamos falar sobre isso de forma leve, mas sem perder a profundidade.

O que é autoestima e por que ela é tão importante?

A autoestima é a forma como você se vê e se valoriza. Quando está fortalecida, você se sente confiante, capaz e segura das suas escolhas. Mas quando está baixa, tudo pode parecer mais difícil: você se cobra demais, sente que nunca faz o suficiente e tem dificuldade de se aceitar como é.

Estudos mostram que a baixa autoestima pode aumentar as chances de ansiedade e depressão (Orth & Robins, 2014). Isso acontece porque, quando não nos sentimos bem conosco, ficamos mais vulneráveis às críticas, às comparações e à necessidade de agradar os outros para nos sentirmos valorizadas.

A insegurança e a necessidade de aprovação

A insegurança aparece quando não confiamos na nossa capacidade e buscamos a validação dos outros para nos sentirmos bem. O problema é que essa busca pode se tornar um ciclo sem fim: por mais elogios e reconhecimento que recebamos, nunca parecem ser o suficiente.

Essa insegurança pode ter raízes na infância, dependendo das experiências que tivemos. Se crescemos em um ambiente de muita cobrança ou críticas, podemos carregar a sensação de que precisamos sempre provar nosso valor. Estudos mostram que isso pode gerar uma dependência emocional, fazendo com que a pessoa busque constantemente a aprovação dos outros para se sentir bem consigo mesma (Jordan et al., 2017).

O medo do abandono e a ansiedade nos relacionamentos

O medo do abandono pode ser muito angustiante. Ele surge quando sentimos que, a qualquer momento, podemos ser deixadas de lado. Isso pode nos levar a agir de duas formas:
• Nos tornamos muito dependentes, sempre tentando agradar para evitar que o outro vá embora.
• Nos fechamos emocionalmente, evitando criar laços profundos para não correr o risco de sofrer.

Esse medo geralmente vem de experiências passadas, como perdas, rejeições ou relações instáveis. A psicologia mostra que ele está ligado ao estilo de apego que desenvolvemos na infância (Mikulincer & Shaver, 2016). Quem passou por situações de abandono ou rejeição pode carregar essa insegurança para a vida adulta.

Como esses sentimentos se conectam?

Autoestima baixa, insegurança e medo do abandono formam um ciclo. Quando não nos sentimos boas o suficiente, ficamos inseguras. Essa insegurança nos faz buscar constantemente a aprovação dos outros. E, quando temos medo de não sermos amadas, podemos acabar aceitando menos do que merecemos, apenas para não ficarmos sozinhas.

Mas a boa notícia é que esse ciclo pode ser quebrado. Com autoconhecimento e, muitas vezes, com a ajuda da terapia, é possível reconstruir a forma como nos vemos e nos relacionamos. O primeiro passo é olhar para si mesma com mais gentileza e entender que seu valor não depende da validação dos outros.

Referências Bibliográficas
• Bowlby, J. (1988). A secure base: Parent-child attachment and healthy human development. Basic Books.
• Cassidy, J., & Shaver, P. R. (2018). Handbook of attachment: Theory, research, and clinical applications. Guilford Press.
• Jordan, C. H., Whitfield, M., & Zeigler-Hill, V. (2017). Self-esteem and interpersonal relationships. Current Opinion in Psychology, 13, 48-52.
• Mikulincer, M., & Shaver, P. R. (2016). Attachment in adulthood: Structure, dynamics, and change. Guilford Press.
• Orth, U., & Robins, R. W. (2014). The development of self-esteem. Current Directions in Psychological Science, 23(5), 381-387.

Posts Similares